Zero Ora! - Pagando Brabo

Autoridade
Essa mulher me trata feito um cão danado
Desde que eu me casei
E me maltrata e me ameaça
E me esculhamba e me escorraça
Desde que eu me enforquei
Bem no começo ela dizia
Que era amor pra toda vida
E eu acreditei

Um belo dia o pai da doida
Apareceu na minha porta
Armado pra me matar
"A minha filha embarrigou
E pro seu lado apontou
Agora tem que casar"
E eu caí na arapuca
Dessa filha de uma louca
Eu tive que aceitar

Eu me casei e trabalhava
Feito burro na seara
Pra manter sua gastança sem fim
E quando à noite eu procurava
Ela dizia: "eu tô cansada"
E se virava sem boa noite ou beijinho
E me chamava de cachorro viciado
Se eu saia com os amigos
Pra tomar um chopinho

"Aí eu não agüentei e pedi arrego"


E bem no dia da partilha
Ela chorava feito artista
A vigarista é muito cara de pau
E o juiz só anotando
Com a cabeça concordando
E me encarando com uma cara de mau
O resultado cê já sabe
Todo mês perco a metade
Do meu minguado pacotinho de sal

Ela só vive reclamando
Que a grana que eu mando
Dá pra nada, é micharia, é trocado
É que o dinheiro da pensão
Ela só gasta em porcaria
Baton, brinco, anel e sapato
E se eu atraso só um dia
Venho pra delegacia
Me explicar pro senhor, seu delegado

Autoridade
Essa ariranha acha que eu sou milionário
Até cueca andou tomando de mim
Mas é que eu vivo de salário
E esse mês um salafrário
Me roubou o pagamento inteirinho
E se agora eu tô em cana
É porque hoje eu tô sem grana
Sem ninguém pra sentir pena de mim

"Aí, seu dotô, solta o cara, né..."